ÁREA PRIVADA

CÉLULAS ESTAMINAIS

O que são Células Estaminais (ou células tronco)

São células que ainda não passaram pelo processo de diferenciação celular,  sendo possível adquirirem as funções de qualquer tipo de célula somática de um organismo.  Possuem a capacidade de se dividir, dando origem a duas células semelhantes às originais, e podem se diferenciar e especializar em diversos tipos celulares. Estas células são um conjunto embrionário de células que se mantém mesmo em organismos adultos.


Tipos de Células Estaminais

Totipotentes são àquelas capazes de originar um organismo completo, já que possuem a capacidade de gerar todos os tipos de células e tecidos do corpo, incluindo os tecidos embrionários e os extra-embrionários (como a placenta, por exemplo). As células estaminais totipotentes podem ser exemplificadas pelo óvulo fecundado (zigoto) e pelas primeiras células provenientes do zigoto. 

Unipotentes Dado que são os tipos mais diferenciado, as células-estaminais unipotentes são capazes de se diferenciar ao longo de apenas uma linhagem e são encontradas em tecidos adultos. 

Pluripotentes Apesar de não poderem originar um indivíduo completo, porque não são capazes de gerar tecidos extra-embrionários, as células estaminais pluripotentes possuem a capacidade de gerar células dos três folhetos embrionários (ectoderma, mesoderma e endoderma).  São as de origem embrionária, visto que são as únicas que se podem diferenciar em diversos tipos de tecidos.

Multipotentes Possuem a capacidade de gerar um número limitado de células especializadas, as quais podem ser encontradas em quase todo o corpo e são capazes de originar células dos tecidos de que são provenientes. Exemplos de células estaminais multipotentes são as células da medula óssea, as células neurais do cérebro, as células do sangue presente no cordão umbilical e as células mesenquimatosas. As células estaminais de origem mesenquimatosa são encontradas depois do nascimento no estroma da medula óssea, compreendendo uma população que inclui células reticulares, células adiposas, células osteogénicas, células musculares lisas, células endoteliais e macrófagos (6). A pele, o tecido adiposo e o periósseo são também uma fonte de células estaminais mesenquimatosas. Estas têm capacidade de se diferenciarem em cartilagem, osso, músculo tendão e ligamento



A utilização em Ortopedia 

Actualmente as células estaminais com mais interesse no tratamento clínico de patologias do foro ortopédico e traumatológico são as de origem mesenquimatosa. Estas são caracterizadas pela presença de determinados marcadores na superfície celular e pela sua capacidade de se diferenciarem em osso, cartilagem, músculo e gordura.



Obtenção e identificação 

As células estaminais podem ser colhidas de várias formas: punção da crista ilíaca ou da tíbia pela tuberosidade anterior da tíbia (células da medula óssea) ou através da extracção de tecido adiposo.



Células estaminais e cartilagem 

A cartilagem articular é uma estrutura vulnerável com pouca capacidade regenerativa e sujeita a lesões de vária ordem, as quais podem levar a inflamações crónicas das articulações . Diversas técnicas têm sido desenvolvidas para tratamento de lesões cartilagíneas, nomeadamente a técnica de microfractura, needling e shaving. No entanto, a fribrocartilagem resultante não possui as propriedades mecânicas da cartilagem articular original.

 A utilização dessas técnicas forneceu bons resultados a curto-médio prazo assim como outras  como a implantação autóloga de condrócitos através de técnica cirúrgica para podem ser transplantados e corrigir defeitos da cartilagem articular.

No entanto a utilização de células estaminais mesenquimatosas provenientes da medula óssea e do periósseo demonstraram resultados idênticos na regeneração da cartilagem. No que diz respeito à osteoartrose, o tratamento com células estaminais mesenquimatosas revelaram-se promissoras para tratamento de lesões articulares sendo que a infiltração intra-articular deste tipo celular estimula a regeneração de cartilagem meniscal e atrasa a progressiva destruição articular observada na osteoartrose. Estas células são, portanto, uma promessa no tratamento desta patologia.



Células estaminais, tendão e ligamento 

As lesões tendinosas e ligamentares resultam numa cicatrização com formação de um tecido de qualidade inferior em termos de resistência à tracção.

As células estaminais mesenquimatosas são alvo de diversos estudos levados a cabo para tratar lesões tendinosas e ligamentares tendo sido verificado  que os resultados demonstraram maior rapidez de cicatrização  com formação de tecido mais semelhante ao original em termos de resistência à tracção.



Conclusão 

As células estaminais com origem mesenquimatosa revelam-se uma grande promessa no tratamento de várias doenças dos diversos tipos de tecidos que constituem o aparelho locomotor (osso, cartilagem, discos intervertebrais, tendões, ligamentos e músculos), para tratar diversas patologias em Ortopedia com uma maior eficácia comparativamente aos métodos da actualidade.



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